domingo, 26 de outubro de 2008

Sotaque?

Cara, você também? As pessoas às vezes me olharem como se esperassem alguma explicação. E não, não é bem um sotaque. Não se pode chamar assim, é só o jeito que eu falo, não tem nada nele que seja característico de uma certa região. Minha mãe é paulistana, meu pai é de Pederrrneiras, daí ficou desse jeito, ué. Avoada que só, falo manso e com preguiça de terminar cada sentença, sem contar que em pequena tive língua presa, e partindo daí já usei nos dentes todos os tipos de aparelhos que se pode imaginar. Pronto. Daí hoje eu falo assim. Tá explicado?

Mas olha, só pra você saber, me vesti desse jeito hoje porque estou com cólica, sabe. Adoro dormir com essa calça. É moletom, saca? Não aperta meu útero, coitado, deixa ele. E as minhas roupas de ir pra aula, algumas tem furinhos, mesmo. Sempre fui meio menina-moleque, nunca me incomodaram. Ai, o jeito que eu falo. Ai, as notas na escola. Ai, a minha postura torta, porra, fiz 5 anos de hipismo e não ajudou em porra nenhuma, então paciência. Os meus fins-de-semana-maratona. O meu humor, que a cada 5 minutos já é outro. Quer explicação pra isso também?

Ah, eu que sempre estou rodeada de gente. Eu que, mesmo assim, tenho mania de solidão. Por quê? Isso alguém explica? Por que é que eu tenho covinhas só do lado esquerdo, sendo que faço tudo virada pro lado direito? Durmo, escrevo, beijo. Talvez até mastigue mais pra esse lado, quem é que está lá para contar? Não sei nem escrever meu próprio nome com a mão esquerda, poupe-me. E nem fumar. Os dedos bobeiam, as cinzas caem nas roupas. Aliás, por que é que eu aceito todo cigarro que me oferecem? Heim?

{Caralho, só quero poder levar um travesseiro na mochila pra poder dormir em paz na aula de álgebra sem ninguém encher o saco. Mó friozinho. Seis da manhã. Não fode com perguntas, vai.}