domingo, 17 de janeiro de 2010

Y tu que has hecho?

o que há? onde está? quem é ela? o que posso dar-me a mim, dar de mim, para me fazer entender por mim mesmo? nada acaba nunca. nada é passado. cada ato de minha vida, comigo agora, até a morte. eles próprios, as razões para isto. eles são pedras, na minha boca e nos meus ouvidos. florestas nos meus ombros.

they only hunt. just like hard set wolves.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Anyway, I keep picturing all these little kids playing some game in this big field of rye and all. Thousands of little kids, and nobody's around — nobody big, I mean — except me. And I'm standing on the edge of some crazy cliff. What I have to do, I have to catch everybody if they start to go over the cliff — I mean if they're running and they don't look where they're going I have to come out from somewhere and catch them. That's all I'd do all day. I'd just be the catcher in the rye and all. I know it's crazy, but that's the only thing I'd really like to be. I know it's crazy.

o apanhador no campo de centeio.

saudade do Holden.

"faz um pedido."

Ano reatrasado não teve muita festa, a gente se juntou aqui mesmo, abriu um champagne e passou o reveillon. Não foi exatamente dos momentos mais felizes da minha vida, 2008 e seus fantasmas se arrastaram até o limite daquele mês louco de janeiro quando tudo aconteceu, e eu estava lá, eu não fazia idéia, eu estava em pé em volta da fogueira ouvindo os fogos e pronto, sem fé nem esperança, nem desejo e nem nada, na verdade meu corpo estava lá, sim, mas minha mente presa em meses passados, o que eu tinha de real era um copinho descartável com a minha vodka e a minha coca-cola, o que eu tinha de puro era uma vontade louca de que meu deus, por favor, por favorzinho, faz isso tudo acabar logo, e o que eu tinha de maior eram meus doces deletérios, era um pouco de mágoa e de amor reprimido e esmagado e entalado na garganta e tudo mais, mas mesmo assim eu estava lá, imagina, não posso me mostrar ingrata e vulnerável desse jeito, não agora, a familia inteira aqui, não senhor, preciso estar apresentável, então eu sorria também, né, eu abraçava também e sem ver muito sentido naquilo eu olhava os papéis com os pedidos queimando na fogueira e indo pro cosmos, que porra é essa!?, inacreditável, mas é, é isso mesmo, minha tia diz pra gente escrever nossos desejos num papel e queimar depois, porque a fumaça dos papéis aparentemente sobe tão alto que atinge o cosmos e portanto é legal que a "cerimônia" seja realizada na passagem de um ano pro outro, como se em 2009 tudo o que a gente queimasse fosse acontecer, então, tá, ela só pode estar maluca né, mas quem sou eu pra contestar, e foi o que fizemos, durante o almoço do dia 31 a gente pegou uma caneta e anotou tudo o que esperávamos pra um ano novo feliz, e eu que não tinha nada depois de muito pensar acabei escrevendo isso aí, ó:

the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars, and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes 'awww!'


Acho que valeu, afinal. Esse ano não teve fogueira e nem família, eu me juntei com uns amigos que tinham um jeito diferente de queimar os papéis ou sei lá, mas de todo jeito foi bom, porque esse ano não veio arrastado, esse ano veio na hora certa e eu tenho fé e esperança e estou aqui de corpo e de mente. Eu tenho uma vida. Ponto. Eu tenho um amor e uma vida me esperando, o que mais eu posso pedir?

Yep. Feliz 2010 everyone. gelukkig nieuwjaar, e é nois.