terça-feira, 30 de junho de 2009

férias, cabrón!

tá, mas presta atenção agora que eu vou deixar aqui um lembrete daqueles que a gente prega na parede do corredor, em marca-texto fosforecente, que é pra ninguém chegar perto de abrir a porta do quarto. ó:

"meus amores,

os primeiros dias de férias foram feitos pra dormir, cacete. tou pensando até em tirar a porra do telefone do gancho. vocês sabem, tenho todo um processo de descanso, e vai, custa me deixar em paz só até eu parar de menstruar?
tá foda. juro que depois dessa, nunca mais falo em buceta.

mentira. beijinhos e não me encham o saco."


obs: se alguém quiser me indicar um filme, to aceitando chamadas à partir das 13h. mas precisa ser bem chato. gracias! zzz

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Quem acompanha meus posts e não acompanha minha vida deve me achar a coisa mais chata e infeliz do mundo, e com razão, porque aqui eu mais abro a boca quando tou é puta da vida. Mas, olha, partindo disso, considerando meu ciclo menstrual e a freqüência com que este blog se atualiza, eu digo que vou bem, muito mais-ou-menos-bem e na medida do possível fazendo a controlada, obrigada.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

paperfingers

-too lil' too late, but we don't say no.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Tá tarde, já. Pulei da cama só pra escrever esse trecho. Amanhã tem prova de história. Pretendo ver uma palestra e comprar uma blusa. Mas para isso, devo almoçar no colégio. Preciso comprar cigarros. Sábado é a minha prova do intercâmbio. Devo comprar cigarros, e chicletes, e condicionador, que acabou. Aquele lá, de marca estranha, amarelo, foda-se, adoro. Certo, estou fazendo uma lista, aqui. É de propósito, viu. Que é para não esquecer dos passos de amanhã, e é também porque estou incapaz de formular frases de blog, sabe. Perdoa. Tô morrendo de sono a semana inteira. Juro que não parei um minuto e há dias tô sentindo um frio que nunca senti. Não consigo me manter aquecida. Amanhã preciso ler jornal feito uma filha da puta e eu duvido que vá fazer sol. Preciso ler esse tanto por causa da prova, que é sábado agora. Eu já disse, né. Isso, sábado bem cedo, umas 7h da manhã. Estou agitada. Sono e euforia, odeio essa combinação. Não paro de ouvir Metric. Queria muito que alguém me ligasse. Mesmo. Alguém tipo a Gabs, assim. Ou qualquer pessoa. Mas é que a Gabs mora na França já tem uns anos e eu tenho certeza que de todo jeito ela diria "Oi, Cora, senti que você vai fazer uma prova importante daqui a pouco. Eu odeio acordar cedo, mas aqui na França já passa de meio dia, então eu resolvi te ligar. Boa sorte, meu amor."

Até parece.

Oi. Sei de tudo.

Tenho visto seus olhinhos pretos me olhando e percebi também que você anda apagando as luzes antes do fim do expediente, para que eu pense que você já se foi. Talvez para outro aposento, dentro da casa mesmo, ainda não sei os detalhes. Conte-me os detalhes, qualquer dia desses. Eu não devo escrever mais, por hoje. Hoje chegam em minha casa um antigo amigo e a sua família. Ele mora na Alemanha já faz tempo. Acho que eu nem era casada. Ou, se era, ainda não sabia disso, da maneira que as pessoas sabem, ou acham que sabem, quando se casam. Eu nunca lhe contei, mas o meu casamento foi mais ou menos uma armação. Era nisso que a gente acreditava na época. Mentir pra si próprio. Enfim, eles chegam daqui a pouco e eu estou assustada, porque quero parecer a mesma, ou melhor. É mais ou menos como rever um amor da adolescência. Não é o caso. Mas é um pouco isso. Como se, imagine, eu fosse remostrar o meu corpo ao primeiro idiota que me viu nua. Eu tenho curiosidade para saber a opinião deste idiota inicial. Não é, realmente, o caso. Esse amigo nunca foi um amante. Bem que tentou. Mas todos os homens tentam comer as suas amigas. A não ser que as amigas sejam feias ou os homens, gays. É muito aborrecedor ficar driblando os assédios dos amigos. Esse me cansou bastante, durante um longo tempo. Depois abaixou o fogo. E agora... Bom, vamos ver. Talvez eu não vá escrever nos próximos dias. Mas você poderá me ver dançando. Sempre. Para sempre. Meu lindo amor barrigudo e estranho. Sabe de uma coisa estranha? Outro dia vi na TV um programa sobre o Papa e o achei parecido com você, quando ele tinha sua idade. Maluquice? Talvez eu tivesse uma certa predisposição a achá-los parecidos. Mas os poloneses são meio parecidos entre si, não são? Eu tenho essa impressão. Mesmo só conhecendo de polonês você e o Papa. Ah, e o Polansky. Vocês não parecem com o Polansky. E os alemães? Acho um povo esquisitíssimo. Alemães e os japoneses. Eu sei que tudo isso é besteira. É que não gostaria de me despedir tão rápido. Tem umas besteiras ainda maiores que eu fico pensando. Ultimamente, por exemplo, eu cismei que todo mundo em Hollywood é viciado em heroína. E que a Tailândia precisa, urgentemente, de intervenção de um exército de beatas religiosas. São os programas a que tenho assistido na TV a cabo. É isso. Na próxima carta, tentarei ser mais poética. Te adoro. Não sei por quê, ainda. Talvez porque o seu olhar me faz dançar melhor. Beijos. A.


do livro Carta Para Alguém Bem Perto, FY.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Túnel.

Túnel. Túnel. Túnel. E mais túnel. Nunca se soube de tanto túnel junto. Alguns, de uma eternidade kardecista. Pareciam almas vagando pela escuridão e luz. Quietos, como almas precisam ficar. Ela sentia o claro e escuro freqüente feito a vida, de sins e de nãos, algo assim. Ele dirigia, com olhar caído. Era um daqueles silêncios entre amigos que não traduzem intimidade, porém melancolia. Eles ficaram de repente tristes. Talvez apenas cansados. Ou imaginavam o que fazia deles isso, fugitivos.