domingo, 20 de dezembro de 2009

cara, o que tá acontecendo? fim de ano é sempre assim. a gente nem percebe que tá acabando, e quando a água, ou, os dias e as enchessões de saco começam a bater na bunda parece que vem tudo de uma vez, toda aquela carga emocional que você andou controlando nos últimos meses vem à tona, daí você deixa de ser a perfeitinha, saca, daí você se fode nas provas, pega recuperação, briga com a parentada toda, briga com os professores, e com os colegas, e descobre que tem gente de outro estado que você nunca ouviu falar que te odeia, daí sente ciúmes irracionais, abandona o livro que tava lendo, por birra, por preguiça, cara, é uma burrice, juro por deus que me entristeço, é uma burrice desmedida, uma pressão sem cabimento, uma tendência conspiratória filha da puta que acontece em toda merda de fim de ano pregando que as coisas parecem estar indo pro caminho errado e, puxa, não é que estão mesmo? e tudo se perde.

ah, então é assim, rápido? que merda, é, cara, é assim mesmo, natal, aniversário, ano novo e fim dos tempos e das espectativas, pronto, tá todo mundo fodido em ressaca, a dignidade escassa do ano se perde em um vômito alcoolico na privada do seu ex namorado ou em uma trepada mal sucedida. dia infeliz, cara. ai de quem contestar. ano passado deu o que falar, nem vi passar, ó, pisquei, e fiquei mais velha. lindo, isso. pisquei, e furaram meu olho enquanto eu estava viajando. pisquei e não quis ver mais nada, quando acordei, merda, já é dois mil e nove, e agora? que vai ser da minha vida sem ela, sem todo o resto? é isso. meu reveillon foi um soluço daqueles engasgados, que doem lá bem no fundo. porrada no estômago. um suspiro entalado.

é claro que deu-se um jeito, né, sempre se dá. mas francamente, estou enjoadíssima com a possibilidade de viver toda aquela palhaçada de novo. não busco ser entendida. acho isso um saco. vou meditar até o ano que vem - quem sabe?